: Alberto Sousa, Lello & Irmão, Lusitânia
A coleção Lusitânia, da Livraria Lello & Irmão, foi “a mais encantadora e selecta das coleções portuguesas” nas palavras dos seus editores. O seu formato de bolso (16 x 11 cm), capa dura de percalina e exuberantes aguarelas na sobrecapa, tornam-na num must para apreciadores de ilustração. Os seus mais de 70 volumes revelam os grandes clássicos franceses e a nata das letras portuguesas de todos os tempos com particular atenção ao século XIX: românticos e realistas como Garrett e Eça, muita da copiosa obra de Camilo Castelo Branco, com destaque para obras em que parodia a nova corrente do Realismo, ou o Naturalismo de O senhor Deputado de João Lourenço Pinto. Por estes livros desfila o Portugal real dos negócios sujos e amores sórdidos. Pelos enredos evoluem brasileiros deslumbrados, novos-ricos rapaces, herdeiros parasitas, abades gulosos, mulheres sufocadas no jugo dos maridos e políticos caceteiros, compradores de votos e consciências. Alberto Souza (Lisboa, 1880-1961) foi o artista certo para o retrato. Precioso aguarelista, herdeiro do naturalismo oitocentista, Souza estava muito à vontade no registo histórico e na historiografia de trajes e costumes tradicionais. O verismo gráfico já lhe tinha custado a reprovação dos primeiros modernistas, mas é extremamente eficaz nestas miniaturas, em reedições dos anos 30 e 40 do século passado. As carnagens escuras e rotundas, escorrendo humidade e presunção, metidas a custo em fatiotas burgesas ou em camisas e corpetes de duvidosa brancura, dão-nos retrato acertado e cruel da realidade portuguesa de meados de Oitocentos.
Táxi da Morte é o título de uma novela inspirada no caso da atriz Maria Alves e publicada no Domingo Ilustrado em 18 de Abril de 1926.
Leitura dos Liceus.
O alistamento nas Mocidades era obrigatório dos 7 aos 14 anos e as suas actividades enquadradas a partir da escola. Naturalmente, os manuais escolares dos anos trinta a cinquenta refletiram esta presença obssessiva da MP, incluindo o diploma do Ensino Primário Elementar. Num curioso livro de Francês de 1939, Lino António ilustra com bonomia petizes orgulhosos das suas fardas por entre páginas carregadas de ideologia estado-novista. Os efémeros cadernos escolares de escrever e contar usaram abertamente a iconografia da MP nas suas capas de papéis baratos geralmente impressas a uma cor e sem menção de autor. Um dos mais curiosos talvez seja o do caderno Lusitos/Lusitas, onde compactas filas de miúdos rigorosamente iguais fazem lembrar um inquietante Mundo Novo ariano. Na literatura para a infância, as MPs assumiam a gesta histórica do país, somando-se à reconquista medieval e à epopeia dos Descobrimentos. No livro História de Portugal para Meninos Preguiçosos de Olavo D’Eça Leal (o menino preguiçoso era o filho do autor, Paulo Guilherme, reprovado em História mas futuro “doutor” em Ilustração e Design), a ilustração final, de Manoel Lapa, é um happy end, com as organizações irmãs, Mocidade e Legião, garantindo o devir português.
A este devir vanguardista não foram insensíveis os ilustradores modernistas. Já em 1938, num opúsculo de Silva Tavares, Almada Negreiros desenhava uma juventude heróica e triunfal. Mas o esteticismo modernista cedeu o lugar à juventude belicista da década seguinte, com a escalada da Segunda Guerra Mundial, bem explícita na abundante produção gráfica de Júlio Gil, ele próprio destacado dirigente da organização. O Jornal da MP exemplifica o período de maior extremismo ideológico e doutrinação política. É tempo da pose firme e das baionetas caladas dissipando a treva bolchevista. Em Maio de 1943, temendo a invasão de inimigos ou aliados, os filiados da MP faziam caricatas rondas nos castelos e monumentos nacionais, gritando senhas de reconhecimento. O desfecho do conflito e a reorganização política e social sequente esvaziaram a importância da MP como bastião do regime. Gradualmente perdeu o seu cariz militarista e patriótico acabando na inofensiva organização de tempos livres, ao jeito dos Escuteiros, até à extinção natural em 1974.
1942
1946 1960
1946 1960
Inicio, uma pequena série dedicada a antigas tampas de garrafas de refrigerantes, águas, cervejas, e outros a que chamávamos de “caricas”. Com elas podem-se recordar marcas, na sua grande maioria, já desparecidas.
recordar marcas, na sua grande maioria, já desparecidas.
Depois de usadas por vezes, serviam para o “jogo das caricas” , “corrida de caricas” e para coleccionar. Muitas delas na sua parte interior escondiam por vezes indicações para prémios oferecidos pelas marcas respectivas
indicações para prémios oferecidos pelas marcas respectivas.
recordar marcas, na sua grande maioria, já desparecidas.
Depois de usadas por vezes, serviam para o “jogo das caricas” , “corrida de caricas” e para coleccionar. Muitas delas na sua parte interior escondiam por vezes indicações para prémios oferecidos pelas marcas respectivas
indicações para prémios oferecidos pelas marcas respectivas.
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