segunda-feira, março 12, 2012

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A coleção Lusitânia, da Livraria Lello & Irmão, foi “a mais encantadora e selecta das coleções portuguesas” nas palavras dos seus editores. O seu formato de bolso (16 x 11 cm), capa dura de percalina e exuberantes aguarelas na sobrecapa, tornam-na num must para apreciadores de ilustração. Os seus mais de 70 volumes revelam os grandes clássicos franceses e a nata das letras portuguesas de todos os tempos com particular atenção ao século XIX: românticos e realistas como Garrett e Eça, muita da copiosa obra de Camilo Castelo Branco, com destaque para obras em que parodia a nova corrente do Realismo, ou o Naturalismo de O senhor Deputado de  João Lourenço Pinto. Por estes livros desfila o Portugal real dos negócios sujos e amores sórdidos. Pelos enredos evoluem brasileiros deslumbrados, novos-ricos rapaces, herdeiros parasitas, abades gulosos, mulheres sufocadas no jugo dos maridos e políticos caceteiros, compradores de votos e consciências. Alberto Souza (Lisboa, 1880-1961) foi o artista certo para o retrato. Precioso aguarelista, herdeiro do naturalismo oitocentista, Souza estava muito à vontade no registo histórico e na historiografia de trajes e costumes tradicionais. O verismo gráfico já lhe tinha custado a reprovação dos primeiros modernistas, mas é extremamente eficaz nestas miniaturas, em reedições dos anos 30 e 40 do século passado. As carnagens escuras e rotundas, escorrendo humidade e presunção, metidas a custo em fatiotas burgesas ou em camisas e corpetes de duvidosa brancura, dão-nos retrato acertado e cruel da realidade portuguesa de meados de Oitocentos.

ABC 353, 21 Abril 1927
ABC 358, 26 Maio 1927
ABC 361, 16 Junho 1927
ABC 362, 23 Junho 1927
ABC 371, 25 Agosto 1927
ABC 374, 15 Setembro 1927
ABC 383, 17 Novembro 1927
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ABC 353, 21 Abril 1927
ABC 358, 26 Maio 1927
ABC 361, 16 Junho 1927
ABC 362, 23 Junho 1927
ABC 371, 25 Agosto 1927
ABC 374, 15 Setembro 1927
ABC 353, 21 Abril 1927
ABC 358, 26 Maio 1927
ABC 361, 16 Junho 1927
ABC 362, 23 Junho 1927
ABC 371, 25 Agosto 1927
ABC 374, 15 Setembro 1927
ABC 383, 17 Novembro 1927
ABC 383, 17 Novembro 1927

ABC 353, 21 Abril 1927
ABC 358, 26 Maio 1927
ABC 361, 16 Junho 1927
ABC 362, 23 Junho 1927
ABC 371, 25 Agosto 1927
ABC 374, 15 Setembro 1927
ABC 383, 17 Novembro 1927
 
 Táxi da Morte é o título de uma novela inspirada no caso da atriz Maria Alves e publicada no Domingo Ilustrado em 18 de Abril de 1926.
A horrível morte do polícia 1048 — 16 agosto 1925
O ÚLTIMO GRANDE CRIME DE LISBOA. O duplo assassinato da Rua Saraiva de Carvalho — 25 outubro 1925
O morto misterioso do Club dos Patos — 29 fevereiro 1926
A tragédia do Ritz — 24 outubro 1926
O crime de Almada — 31 outubro 1926
O assalto aos clubs elegantes — 1 março 1925
 
 Leitura dos Liceus.
Portugal é grande, Livro de Leitura para o 1.º Ciclo dos Liceus, ilustração de Alfredo Moraes, Livraria Popular de Francisco Franco, 1937
Livro de Leitura para a 4.ª Classe do Ensino Primário, ilustração de Fernando Bento, Livraria Avis, Porto, s.d.
La jeunesse Portugaise à L’École, I.ere et II.e année, ilustração de Lino António, Livraria Sá da Costa Editora, 1939
O alistamento nas Mocidades era obrigatório dos 7 aos 14 anos e as suas actividades enquadradas a partir da escola. Naturalmente, os manuais escolares dos anos trinta a cinquenta refletiram esta presença obssessiva da MP, incluindo o diploma do Ensino Primário Elementar. Num curioso livro de Francês de 1939, Lino António ilustra com bonomia petizes orgulhosos das suas fardas por entre páginas carregadas de ideologia estado-novista. Os efémeros cadernos escolares de escrever e contar usaram abertamente a iconografia da MP nas suas capas de papéis baratos geralmente impressas a uma cor e sem menção de autor. Um dos mais curiosos talvez seja o do caderno Lusitos/Lusitas, onde compactas filas de miúdos rigorosamente iguais fazem lembrar um inquietante Mundo Novo ariano. Na literatura para a infância, as MPs assumiam a gesta histórica do país, somando-se à reconquista medieval e à epopeia dos Descobrimentos. No livro História de Portugal para Meninos Preguiçosos de Olavo D’Eça Leal (o menino preguiçoso era o filho do autor, Paulo Guilherme, reprovado em História mas futuro “doutor” em Ilustração e Design), a ilustração final, de Manoel Lapa, é um happy end, com as organizações irmãs, Mocidade e Legião, garantindo o devir português.
Caderno escolar, frente e verso, s.d.


Redacções, 4.ª Classe e Admissão aos Liceus, Livraria Popular de Francisco Franco, s.d.
A este devir vanguardista não foram insensíveis os ilustradores modernistas. Já em 1938, num opúsculo de Silva Tavares, Almada Negreiros desenhava uma juventude heróica e triunfal. Mas o esteticismo modernista cedeu o lugar à juventude belicista da década seguinte, com a escalada da Segunda Guerra Mundial, bem explícita na abundante produção gráfica de Júlio Gil, ele próprio destacado dirigente da organização. O Jornal da MP exemplifica o período de maior extremismo ideológico e doutrinação política. É tempo da pose firme e das baionetas caladas dissipando a treva bolchevista. Em Maio de 1943, temendo a invasão de inimigos ou aliados, os filiados da MP faziam caricatas rondas nos castelos e monumentos nacionais, gritando senhas de reconhecimento. O desfecho do conflito e a reorganização política e social sequente esvaziaram a importância da MP como bastião do regime. Gradualmente perdeu o seu cariz militarista e patriótico acabando na inofensiva organização de tempos livres, ao jeito dos Escuteiros, até à extinção natural em 1974.
Roteiro da Mocidade do Império, Silva Tavares, ilustração de Almada Negreiros, Agência Geral das Colónias, 1938
O canto da Mocidade, texto de Odette de Saint-Maurice, ilustrações de Mário Costa, Empresa Nacional de Publicidade, 1938
História de portugal para meninos preguiçosos, Olavo D'Eça Leal, ilustrações de Manuel Lapa, Livraria Tavares Martins, 1943
Tronco em flor, Joäo Carlos Beckert de Assunção, ilustrações de Júlio Gil, Mocidade Portuguesa, 1944, original, guache sobre papel
Jornal da MP, n.º 40, 11-XI-1944, ilustração de Júlio Gil
O valor moral da Educação Física, Alberto Feliciano Marques Pereira, ilustrações de Álvaro Duarte de Almeida e Eduardo Teixeira Coelho, 1949
 
1942                               
                                               1946                                                                        1960
              

Inicio, uma pequena série dedicada a antigas tampas de garrafas de refrigerantes, águas, cervejas, e outros a que chamávamos de “caricas”. Com elas podem-se recordar marcas, na sua grande maioria, já desparecidas.
recordar marcas, na sua grande maioria, já desparecidas.
         
         
         
         
         
Depois de usadas por vezes, serviam para o “jogo das caricas” , “corrida de caricas” e para coleccionar. Muitas delas na sua parte interior escondiam por vezes indicações para prémios oferecidos pelas marcas respectivas

indicações para prémios oferecidos pelas marcas respectivas.
                           
                           
    

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